Estudantes da UENF mantêm acampamentoPor Yuri Teixeira Amaral 16/09/2008 às 21:26 Em assembléia, a categoria decidiu por manter o acampamento. No fim de semana a chapa esquentou entre manifestantes, seguranças e a administração do campus. Os estudantes da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), decidiram, em assembléia, manter o acampamento em frente à reitoria. A decisão foi tomada depois de um fim de semana conturbado, principalmente devido à realização do 2º exame de qualificação do vestibular estadual.
Ás 23:40 hs de sábado, o DCE (Diretório Central dos Estudantes ? Apolônio de Carvalho) foi avisado que a partir da meia-noite seria proibida a entrada de pessoas na Universidade, o que causou desconforto por parte dos acampados, que tomam banho em casa e saem de manhã cedo para preparar o café da manhã. Em meio a discussões os estudantes conseguiram convencer a segurança de deixarem os portões abertos.
Outro problema relatado pelos manifestantes são as constantes informações contraditórias, passadas pelos vigilantes e pela administração. Segundo os vigias, a ordem de fechar os portões partiu do Rogério, superintendente da vigilância, que cumpre ordem do gerente do campus, prof. Paulo Maia (chamem o síndico: Paulo Maia!). O ?síndico?, porém, desmentiu: ?nunca dei ordem de proibir alunos de entrar ou sair do campus?. O fato é que a proibição ocorreu.
Pior ainda foi no domingo, dia da realização do 2º exame de qualificação do vestibular estadual (UERJ/UENF). Os manifestantes realizaram uma ?manifestação silenciosa? das 7 às 9 horas da manhã, antes do início da realização das provas. Uma equipe da rede de TV Record foi proibida de entrar no campus e realizar o direito à livre imprensa. Um ultraje à liberdade de expressão e o direito de ir e vir.
Apesar de não haver motivação do movimento por boicotar o vestibular, policiais militares estiveram presentes no campus e fotografaram o acampamento e estudantes. Segundo à reitoria os PM?s estiveram presentes por ordem do governador Sérgio Cabral, devido ao indicativo de boicote por parte dos estudantes da UERJ, que têm todo o apoio dos alunos da UENF.
Para complicar mais a situação, no domingo foi publicado o número 62 da revista ?Somos Assim?, uma publicação campista, contendo uma matéria sobre o acampamento e uma entrevista com o reitor, Almy Júnior, onde ele confessa que gastaria a verba destinada ao bandejão com outros projetos: ?[...] Como nós não vamos gastar os R$ 5 milhões esse ano, não tem mais como gastar os R$ 5 milhões, não tem como construir o bandejão...?
Desta forma o acampamento se mantem em pé, e conta com o apoio de movimentos sociais, como o MST. Todos os dias são servidos café da manhã e almoço para os acampados. A comida é preparada pelos próprios manifestantes e conta com ajuda de funcionários da instituição. Todos os dias, às 18hs são realizadas assembléias para definir ações e organizar o acampamento.
Para amanhã a reitoria prometeu fornecer aos estudantes cópias de diversos documentos pertinentes à licitação da obra do Restaurante Universitário. Documentos esses que já haviam sido pedidos pelo DCE e conselheiros discentes à meses. Mas pra surdos, deve-se gritar aos ouvidos.
Amanhã representantes do DCE e representantes discentes da Câmara de Graduação e Conselho Universitário irão ao Rio de Janeiro em duas frentes: um grupo irá à Secretaria de Ciência e Tecnologia se reunir com o secretário, e outro grupo irá à ALERJ, tentar um encontro com deputados integrantes da Comissão de Educação da assembléia, como os deps. Marcelo Freixo e Comt Bittemcourt.
Pauta de reinvidicação do Movimento Estudantil da UENF:
- Construção do Restaurante Universitário (bandejão)
- Construção do Alojamento Estudantil
- Equiparação das bolsas ao salário mínimo
- Transparência e agilidade nos diversos processos administrativos
- Paridade Eleitoral e nas Instâncias Deliberativas
Artigo originalmente publicado no sítio do Centro de Mídia Independente (http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2008/09/428445.shtml)