O principal objetivo do seminário foi contribuir para a construção de uma política nacional de cultura e extensão universitária e teve a participação de projetos contemplados nas edições de 2007 e 2008 do ProExt Cultura, além de docentes, discentes e instituições de ensino públicas.
São joão del-Rei
O evento não poderia ter sido em outra cidade. São João del-Rei, Capital da Cultura 2007, concilia desenvolvimento econômico e preservação do patrimônio artístico e cultural, tendo em vista as receitas geradas pelo turismo. Vizinha à Tiradentes, é parte da história do país e faz questão de preserva-la. Para um município com menos de 100 mil habitantes, que não recebe royalties de petróleo, dá um banho em Campos. Não só pelas ruas conservadas, patrimônios históricos preservados e apoio a cultura local, mas pela dignidade no rosto de seus moradores.
No horário de saída das escolas, centenas de estudantes se concentram em frente às escolas públicas, todas que vi eram em prédios históricos. Conversando com moradores, descobri que as escolas particulares são minoria.
Apesar de ainda conservar ruas seculares de pé-de-moleque, não há buracos, desníveis ou bueiros destampados. O Rio das Mortes, que corta a cidade, escoa por um canal urbano, margeado por um gramado. Uma boa dica do que a prefeitura de Campos poderia fazer com o canal Campos-Macaé (vulgo valão). Outra iniciativa que observei foi a utilização de imóveis antigos para sediar repartições públicos, como a câmara municipal, o forum, secretarias e outros.
Pisos de pedra seculares mais bem conservados que ruas campistas asfaltadas a menos de 5 anos.
O Rio das Mortes corta a cidade.
Secretaria Municipal de Fazenda, em prédio histórico.
A cidade é a única no mundo a produzir utensílios de estanho próprio para consumo (taças, copos, jarras...), pois não utiliza chumbo em sua composição (em outros locais, o uso do metal pesado torna tóxico o alimento que entra em contato com os utensílios, sendo estes, meramente decorativos). A produção, na maioria dos casos, é artesanal e feita pelas próprias lojas em uma fábrica que fica nos fundos - o que não diminui seus preços.O Rio das Mortes corta a cidade.
Secretaria Municipal de Fazenda, em prédio histórico.
O seminário
A UFSJ sediou o evento. As instalações da universidade são antigos seminários de padres, sendo formada por prédios históricos belíssimos. São 6 campi, três na cidade e os outros em cidades próximas . Devido ao ReUni, a administração está construindo um novo campus.
Além de discutir e refletir sobre a política extencionista nacional, o seminário buscou realizar encontros entre provocadores de áreas afins. Como não podia deixar de ser, busquei frequentar os espaços destinados ao audio-visual. A primeira constatação foi o elevado número de cineclubes. De norte a sul há pessoas utilizando a ferramenta audiovisual para modificar o olhar de comunidades tradicionais e/ou menos favorecidas. Seja pela exibição periódica de filmes ou pela produção cinematográfica.
Outra ferramenta extencionista que tem ganhado espaço são as radios web, programas de rádio disponbilizados em sítios na internet, onde o ouvinte pode assistir e comentar os temas discutidos. Assim, comunidades tem tido a possibilidade de passar seu recado e discutir problemas próximos à sua realidade com um baixo custo e supervisão de universidades.
Alguns links que anotei:
Radio Web da UFPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa)
Bandejão 1047, da UFES (Universidade Federal do Espirito Santo)
Conselho Nacional de Cine Clubes
Festival 2 minutos, da UFSCAR (Universidade Federal de São Carlos, SP)
Além de mesas-redondas, palestras e comunicações, houve também apresentação de trabalhos extencionistas e atividades culturais, como: show de samba, visita espetáculo ao Teatro Municipal, coquetel e apresentação de grupos artísticos. Ou seja, além de aproveitar o seminário, deu pra conhecer a cidade e curtir a noitada sãojoanense.
Um comentário:
Olha, o canal campos-macaé(vulgo valão) seria muito mais vivo se fosse como o rio das mortes...rs
Mas tem um contra, né, um canal canalizado (ops!) a gnt até entende, mas um rio dessa maneira perde sua boa travessura.
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