Só mesmo num carnaval fora de época para desfilar em Campos. Fui convidado a sair no Boi Jaguar, do Turf, logo no primeiro dia de carnaval (30/04). Disseram: “É logo no começo. Chegou, desfilou, pode ir embora”. Aceitei.
Logo quando cheguei o clima estava tranqüilo, ao contrário do que a imprensa tinha divulgado no dia. Poucas pessoas assistiam ao desfile e as arquibancadas estavam vazias. Deu a impressão de que apenas aqueles que foram desfilar, e suas famílias e amigos, foram ao desfile. Mas isso não tirou a beleza do espetáculo. Confesso que fiquei impressionado com o requinte das alegorias e o capricho nas fantasias.
Mas o que chamou a atenção mesmo foi a estrutura armada pela prefeitura: muitos banheiros, policiais até dizer chega, bombeiros, ambulâncias, postos de atendimento médico, ambulantes organizados e garis mantendo a limpeza de forma impecável. Nem pareceria Campos, não fosse um locutor saudando vereadores presentes (da base aliada, lógico) e lembrando ao público que a prefeita Rosinha era responsável pelo carnaval e pelo ônibus a 1 real. Igualzinho à Festa de Santo Amaro, quando ocorre a Cavalhada no distrito que leva o nome do santo. Campos não se desvencilha do paternalismo. O carnaval é do município, a prefeitura é responsável e ponto. Não tem que ficar elevando a moral da prefeita. Mesma coisa com o programa do ônibus a 1 real: foi promessa de campanha, ela tem que cumprir, não ficar se gabando que o projeto saiu do papel. Mas, em fim, deixemos as críticas de lado.
O Boi Jaguar, tradicional, desfilando desde 1978, seria o quinto Boi Pintadinho a sair, o último da categoria naquela noite. Com isso pude assistir outros desfiles e fotografar os passistas. Na hora de entrar na pista o que me salvou foi a máquina fotográfica, afinal, não sei sambar e o equipamento me deu o alvará para sair da formação e ficar a vontade fotografando as alas. Não sei se isso prejudicou o boi, mas, os dirigentes não me impediram de acompanhar o desfile fora da ala onde eu deveria estar para fotografar a festa de dentro da pista.
Certamente o Boi Jaguar foi o melhor da noite, como diria a imprensa no dia seguinte. A bateria estava muito entrosada, as fantasias muito bonitas, carros alegóricos esplendorosos e o abre alas com direito a dança do ventre. O tema do samba foi o Calendário e, apesar da pobreza dos versos, o baticum foi animado.
Intérpretes Tuí do Aché e Tenente, cavaco com Juninho Razão e violão com Douglas. O autor do samba foi Nelbinho.
Ao fim do desfile fui embora. Ainda pude ver as alegorias dos blocos e escolas de samba que ainda iriam desfilar e fotografar jovens passistas. É sensacional ver a rapaziada, moradores do subúrbio campista, que vivem num dos piores IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil, vestidos de príncipes e princesas, todos enfeitados e posando, com um sorriso na cara, para um fotógrafo descompromissado que passava por lá.
Faltou, talvez, o clima de fevereiro, de finzinho de férias e o astral do carnaval.
Contudo, valeu a noite!
3 comentários:
pow..ficaram otimas as fotos!! deve ter sido divertido.. sorte sua ter a maquina entao pra te salvar de sambar! =)
fala não. quando olhei a pista de longe, a imagem que me veio na cabeça foi de um corredor polonês, rsrsr.
valeu!
cadê eu aí?
vc esqueceu de falar q aparecemos lá em peso e fomos fundamentais pelo sucesso do boi jaguar!heheh
Pô, a experiência de desfilar foi ótima! A princípio fiquei pensando "vô desfilar pra quem?", já que tinha pouca gnt na arquibancada. Mas na hora do vamus ver é ruim q prestei atenção no público! Caí na gandaia e saí de la suando, num carnaval fresco de outono...
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